sexta-feira, abril 21, 2006

Uma Nova Constelação de Satélites

Constelação meteorológica
O estudo do clima, tanto terrestre como espacial, acaba de ganhar um grande impulso. O motivo é o lançamento de uma nova constelação de satélites, resultado de uma parceria de US$ 100 milhões entre Taiwan e os Estados Unidos.

Um foguete Minotauro foi lançado no dia 14 da Base de Vandenberg, da Força Aérea norte-americana, levando seis satélites, cada um com 70 quilos. Em órbita a cerca de 800 quilômetros de altitude, a constelação cobrirá uniformemente o globo terrestre e deverá fornecer mais de 2,5 mil medidas a cada 24 horas. Será o primeiro sistema a oferecer dados atmosféricos diários e em tempo real de milhares de pontos no planeta para previsão do tempo e uso científico.

A rede é chamada de Cosmic (de Constellation Observing System for Meteorology, Ionosphere and Climate), para os norte-americanos, e de Formosat-3 (de Formosa Satellite Mission), pelos taiwaneses.

À medida que se deslocarem pela atmosfera terrestre, os seis satélites rastrearão sinais de rádio de GPS (Sistema de Posicionamento Global). De forma parecida com que as moléculas de água contidas em vidro alteram o “caminho” de feixes de luzes, os sinais de GPS têm mudanças na freqüência e na amplitude ao encontrar vapor de água e outros componentes atmosféricos.

São essas mudanças que serão medidas pelo Cosmic para fornecer dados atmosféricos de indicadores como umidade, temperatura, densidade, estrutura elétrica e campo gravitacional. As informações serão publicadas na internet para uso de pesquisadores interessados no assunto.

Segundo os responsáveis pelo Cosmic, os dados poderão ser usados por meteorologistas para auxiliar no estudo e na previsão de fenômenos como furacões e ciclones. Outro objetivo é auxiliar no estudo do clima espacial, de modo a entender melhor fatores como tempestades geomagnéticas, que podem afetar satélites e sistemas de telecomunicação.

A constelação é baseada em um sistema criado pela Corporação Universitária para Pesquisa Atmosférica (Ucar), dos Estados Unidos. A expectativa é que os satélites funcionem por pelo menos cinco anos.

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